Resenha: Escute O Que Ela Diz

Em Escute o que ela diz: O que os homens precisam saber (e as mulheres falar) sobre trabalhar juntos, Joanne Lipman convida homens e mulheres a (re)pensar a importância da igualdade de gênero no mercado de trabalho.

Dividido em 11 capítulos (com títulos instigantes e provocativos), o livro é um prato cheio para entender como o sistema é manipulado, de diversas formas, contra as mulheres. Logo de cara, a jornalista norte-americana deixa claro que a obra não se trata de um man shaming, mas sim de um convite para participar do debate: A desigualdade de gênero no trabalho é uma realidade e precisa ser modificada.

“Onde quer que você esteja, uma vez que enxergue a lacuna – mulheres sendo negligenciadas, interrompidas, suas ideias creditadas a um homem – você a notará em todos os lugares. A boa notícia é que esse é o primeiro passo para fechá-la.”

Por meio de pesquisas sociais e experiências próprias, a autora se aprofunda em temas que sempre assombraram a vida profissional das mulheres, como autocensura, síndrome do impostor, crença na subordinação feminina, sexismo benevolente, exigência de padrões estéticos, de vestimenta, de fala e de postura, entre muitos outros. Sua linguagem é descomplicada e bem didática, com exemplos bem contextualizados, que vão desde iniciativas do governo (dos EUA) a desafios de empresas como o próprio Google, o que torna a leitura bem dinâmica.

Joanne também fala bastante sobre os problemas de uma má implementação de políticas de diversidade nas empresas – criticando a falácia de que homens e mulheres são iguais – e de como isso pode mais atrapalhar do que ajudar no convívio profissional.

“Não importa o quanto as empresas falem sobre igualdade e inclusão, mas, sim, os incentivos que cria para os funcionários.”

Escute o que ela diz é sobre ter respeito, tanto ao falar com as mulheres, quanto ao falar sobre elas. É um apelo: para se chegar a um mercado de trabalho mais igualitário, é preciso que todos “desaprendam” alguns de seus próprios comportamentos. Nós somos sexistas e reforçamos inconscientemente preconceitos todos os dias. Mas a luta pelo fim da desigualdade não deveria ser apenas das mulheres, mas dos homens também.

Muito obrigada pelo exemplar, Editorial Primavera ❤