Depois de trinta anos, a continuação do clássico ‘Um Príncipe em Nova York’, diverte, agrada e referencia bastante o primeiro filme. Desta vez, Príncipe Akeem (Eddie Murphy) -que agora se tornou rei- e seu conselheiro e amigo Seemi (Arsenio Hall) vão para a América em busca do filho bastardo do rei. Essa premissa é no mínimo curiosa, pois em momento algum ficou estabelecido que Akeem teria se relacionado com alguma outra mulher além de Lisa Mcdowell (Shari Hadley), então fica ai o questionamento: “Funciona?”.

Bem se você usar o recurso de suspensão de descrença, fica até mais fácil de engolir.
O roteiro tem a coragem de apresentar (superficialmente) as três filhas do príncipe e
até insinua que o filme irá girar em torno delas e Akeem resolvendo o conflito principal,
mas não, ele opta por inventar um filho novo que mora nos Estados Unidos (Olha só,
já temos o motivo para ir para América, tendo assim o título para o segundo filme!),
contudo nessa sequência há uma inversão de cenários e ela acaba se passando 90%
na África, o que é algo que agrada bastante, tendo em vista, que poderia haver mais
desenvolvimento da cultura daquele local (algo que não acontece). Felizmente esse
roteiro que te enfia coisas goela abaixo e não desenvolve direito personagens novos e
antigos é o mesmo que entrega uma comedia romântica com gostinho de sessão da
tarde e desfechos no mínimo divertidos e condizentes com a personalidade e atitudes
das pessoas envolvidas na enredo.
A direção (conduzida por Craig Bewer) é um ponto interessante de se ressaltar, devido
ao grande salto temporal entre os filmes, é perceptível que houveram algumas
mudanças. O longa de 88, dirigido por Jonh Landis, não possui enquadramentos muito
criativos, sua trilha é quase inexistente e as cenas conversam bastante entre si, já
no atual, as coisas se invertem e/ou são vistas de outras formas. É muito bom
observar essas diferenças, pois, isso só reforça o fato de que cada profissional
trabalha de um jeito e cada um conduz seu projeto da maneira que acha mais
condizente e aqui, em especifico Craig Bewer deu um olhar bem mais moderno.
Os atores antigos que retornaram para seus papeis não chegam a ser o grande foco
da história (tanto que alguns tem seu tempo de tela bem diminuído), o foco fica mais
para Jarmaine Fowler que, devido a um carisma enorme, consegue conquistar
facilmente quem assiste.
‘Um príncipe em Nova York 2’ já esta disponível no Prime Video e é o filme perfeito
para se assistir quando está se sentindo meio para baixo ou em um dia chuvoso,
porque ele possui um humor leve e um ritmo gostosinho que lembra muito os filmes
que passavam da sessão da tarde.
