Baseada no clássico de 1992, Aladdin é uma narrativa emocionante e divertida, que
consegue atingir com êxito todas as expectativas. Numa pegada musical, o filme retrata
com bastante semelhança diversos momentos da animação e de sua trilha sonora, que
foi reproduzida fielmente, apenas com pequenas mudanças no estilo musical (que se
aproximou de algo mais “pop”) e com a adição de uma música inédita. O elenco nos
surpreende muito positivamente com seu talento para cantar, dançar e atuar com tanta
naturalidade, dando mais vida aos personagens.

Além disso, o filme trouxe algumas temáticas novas em relação à assuntos bastante
convenientes aos dias atuais, como por exemplo, a questão da atuação das mulheres na
política e em cargos de poder. Jasmine (Naomi Scott), demonstra seu desconforto com o
fato de ser obrigada a casar com um príncipe, além de ser calada e ignorada por “não ter
conhecimento suficiente” ou por apenas “ler livros e mapas”, e o fato que já
conhecemos: viver trancada no palácio por ser filha do sultão e ter que ser mantida em
segurança, enquanto seu desejo era manter contato com seu povo e conhecer o mundo.
Seu destaque vai para a performance da canção exclusiva que foi comentada
anteriormente: “Speechless”, composta pelos vencedores do Oscar por La La Land,
Benj Pasek e Justin Paul.

Aladdin (Mena Massoud) nos faz simpatizar com a narrativa no primeiro instante, além
de nos fazer amar fortemente o macaquinho Abu e amizade entre eles. O momento em
que Aladdin faz Jasmine subir no tapete e os dois cantam o clássico “A Whole New
World”, é incrivelmente emocionante e nos faz relembrar com muita felicidade da
animação que deu origem ao live action.
Mas o destaque não poderia ser de outra pessoa. Will Smith conseguiu realizar o papel
do Gênio com perfeição. Cantou e atuou, tudo isso com aquela famosa pitada de humor
e grande talento. Não é possível pensar em outra pessoa para interpretar tal papel com
tanto esplendor e carisma. Nessa nova versão, algumas características dessa personagem
são mudadas, como o disfarce que o mesmo usa para fazer a narração da história, e o
rumo que a sua vida toma após o 3º desejo de Aladdin.

Existem algumas mudanças, como a inserção de novos personagens, e uma suposta
revelação do passado de Jafar, o que nos prende ainda mais ao filme. É válido ressaltar
também a beleza da fotografia do longa, dos figurinos das personagens, e o cuidado em
escolher as joias e penteados adequados, principalmente para a princesa Jasmine.
Mas e as críticas negativas? Realmente não há muito o que criticar negativamente. A
única coisa que gostaria de apontar é a diminuição da autonomia da arara de Jafar, o
Iago. Isso mesmo. Parece que Iago retrocedeu, por terem o produzido como uma arara
mais realista e consequentemente, repetitiva. E não apenas Iago tem essa característica
realista e bem-feita, mas Abu e Rajah. Porém, não é nada que atrapalhe o andar do
filme, na verdade é algo que nem incomoda tanto.
É um ótimo filme para assistir sozinho, acompanhado dos amigos ou da família. O filme
nos proporciona momentos de diversão, que nos faz refletir sobre valores sociais, além
do valor do amor e da amizade, e no quanto não devemos nos deixar enganar pela nossa
própria ganância, pois ela nos afunda.
Sejamos luta e resistência como Jasmine, que corramos atrás dos nossos objetivos como
Aladdin mesmo no meio de tantos obstáculos que a vida nos impõe e que tenhamos
sempre um amigo como o Gênio para nos acompanhar nessa jornada!
Bom filme a todos.
